O incêndio florestal na serra do Cruzeiro, na cidade de São José do Bonfim, no Sertão da Paraíba, foi controlado pela força-tarefa montada por diversos órgãos, nesta sexta-feira (19). De acordo com o tenente-coronel Danilo Galvão, no entanto, equipes vão ficar no local até domingo (21) em caráter preventivo para conter possíveis novas chamas.
Esse incêndio consumiu cerca de 40% da vegetação nativa no local. A serra do Cruzeiro tem 400 hectares no geral e foram consumidos o equivalente a 160 hectares em vegetação. O bombeiro também informou que animais de pequeno porte foram encontrados mortos por conta do fogo.
“Não temos nenhum foco de incêndio. Conseguimos até a manhã de hoje, combater todos os focos. Hoje, pela tarde, surgiu um novo foco, juntamento com a equipe do Acauã, conseguimos fazer o combate. Fizemos um sobrevoo por toda a área na tentativa de identificar algum foco e constatamos que nesse momento não há nenhum ponto de fogo ou fumaça”, disse.
A operação em si não vai ser encerrada de imediato, conforme as informações do Corpo de Bombeiros, porque existe a possibilidade de novos focos reaparecerem.
“A gente não considera ainda a operação encerrada, porque existe sempre a possibilidade do fogo retornar. Então nos manteremos aqui no local. Amanhã (sábado, 20), estaremos presentes no local aqui também, vamos ficar até o domingo, fazendo uma varredura na área no intuito de monitorar a serra e estar presente caso surja novo foco”, disse.
O tenente-coronel informou que, depois desse período, se o fogo não voltar, a operação vai ser encerrada.
Operação utiliza aeronave e monitoramente via satélite
A operação para combater o incêndio na serra do Cruzeiro, na cidade de São José do Bonfim, foi reforçada nos últimos dias.
De acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade da Paraíba (Semas-PB), foram mobilizados 70 bombeiros militares, com apoio da aeronave Acauã e nove militares da Polícia Militar. Na sexta-feira (19), o efetivo de combate ao fogo foi reforçado com 37 novos bombeiros.
Além disso, um caminhão que comporta 12 mil litros de água, sete caminhonetes, dois quadriculos, um veículo UTV, dois drones de monitoramento, 39 mochilas com água e sete esguichos adicionais, com seis sopradores para debelar as chamas foram alocados no local.
Também está sendo utilizado um monitoramento via satélite dos focos de calor, existentes na localidade através de plataforma do governo federal. Conforme um boletim emitido sobre a força-tarefa, com o reforço vai ser possível intensificar o combate aéreo e terrestre ao fogo.
Área de serra é de difícil acesso aos bombeiros
O tenente-coronel também informou que a área atingida é comumente alvo de incêndios criminosos, nas quais pessoas colocam fogo intencionalmente com o objetivo de “limpar terrenos” e também a ação de caçadores de animais, que para encontrar os bichos mais facilmente, ateiam as chamas.
“Essa área tem muito histórico de incêndio criminoso, então, algumas pessoas colocam fogo intencionalmente, muitas vezes para limpar terrenos, muitas vezes ação de caçadores para com esse fogo achar mais facilmente os animais. Temos várias nuances aqui em relação a intenção desse fogo, mas com certeza foi intencional”, ressaltou.
Em relação ao enfrentamento das chamas, o bombeiro explicou que devido a região que acontece o incêndio há problemas no acesso dos veículos, a mata fechada para o acesso por terra e também o fato do terreno ser íngreme.
A água utilizada para apagar o fogo é levada nas costas dos agentes, porque os carros que poderiam ser usados para levar o material não conseguem ter acesso ao local. A serra também é distante de lugares em que o líquido está disponível para reabastecimento, segundo os Bombeiros.
Investigação aponta que incêndio pode ter sido causado por caçadores
De acordo com o delegado Claudinor Lúcio, responsável da Polícia Civil pelo caso, duas pessoas já foram ouvidas na investigação. A polícia acredita que o incêndio tenha começado pela ação criminosa de caçadores de animais.
“Não foi uma pessoa só (que colocou fogo). Pelo que a gente está levantando de informações preliminares, são várias pessoas que estão envolvidas nesses focos de incêndio, e pela informação que temos são pessoas provavelmente ligadas à caça de animais”, disse.
O delegado disse também que vai solicitar a quebra de alguns dados na investigação, mas isso depende de autorização judicial. Ele não revelou se os dados são relativos a pessoas investigadas.
Com Jornal da Paraíba