A cúpula do G20, debate global sobre energia e a compreensão da justiça energética

A Declaração dos Líderes do G20 Brasil divulgada na segunda-feira do dia 18 de novembro aponta reflexões importantes no tema da transição energética. Aos que ainda não compreenderam a importância, a tal transição de energia busca priorizar a migração de soluções em energia para àquelas com menos impacto ao meio ambiente e com mais garantia de disponibilidade no futuro. É um interesse não apenas dos países europeus e dos Estados Unidos, mas que recai sobre a vida de todos nós, pobres e ricos, nações do Norte e do Sul Global.

Entre os compromissos assumidos na Declaração, está o debate da transição energética de forma limpa, sustentável, justa, acessível e inclusiva, com olhar atento aos pobres e àqueles em situações vulneráveis. E isso chama atenção. Tratar sobre transição energética de forma global e ampla está compreendido, mas falar que essa transição precisa ser justa, acessível e inclusiva nos leva a pensar algo muito desafiador que é: como tornar isso possível para todos os brasileiros?

Ainda temos grupos, pessoas, comunidades e brasileiros sem acesso à energia elétrica. Nas áreas remotas da Amazônia Legal, em territórios marcados por tragédias da mineração, nos centros urbanos marcados pela exclusão e no sertão nordestino, por exemplo, persistem problemas estruturais e sociais de acesso à energia elétrica. Temos que encarar a realidade e o desafio de que há pessoas sem acesso à energia elétrica de qualidade em pleno 2024, por mais que esforços tenham sido empreendidos para reverter esse cenário.

Mesmo com as ações previstas no programa “Luz para Todos” que, a propósito, está em vigor até 2028, falar de transição em energia é falar como se dará essa alteração para todas as pessoas em todas as localidades – é tratar sobre justiça energética. É preciso aproximar o tema do grande público e demonstrar a importância do debate agora enquanto tudo está “nocalor dos diálogos”. Países do mundo inteiro discutem o futuro do acesso à energia limpa e sustentável e é preciso que todos nós tenhamos propriedade para entender o quão relevante é o tema ou iremos repetir o problema que já conhecemos muito bem: a exclusão de brasileiros e brasileiras de um futuro onde o acesso à energia renovável seja universal, justa e inclusiva.

Assinam essa opinião os pesquisadores do Núcleo Pesquisa em Ética e Gestão Social (NUPEGS), da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Thiago Silva, Melina Alves, Andressa Nunes e Armindo Teodósio. Os pesquisadores recebem financiamento público do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Estadual de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).

Clique Aqui para acessar a Declaração dos Líderes do G20:

https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/g20-rio-de-janeiro-leaders-em-portugues.pdf

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