Com a proximidade das eleições, se agiganta as idiossincrasias entre as confrontações políticas, e o sentimento odiento ganha gradativamente mais espaço no ambiente democrático nacional.
A negação da política como ferramenta de mudança da qualidade de vida das pessoas, aliada ao pensamento de que se pode instituir uma plataforma política que não esteja atrelada aos valores democráticos, viabiliza o caminho para a construção de uma liderança com profundo viés autoritário e agenda anti-povo.
O ódio nunca foi bom conselheiro para nada, principalmente para exercermos o direito constitucional do voto popular. As elites dirigentes do país, que sempre defenderam acima de tudo à manutenção de seus privilégios, observam na candidatura da extrema-direita, uma chance de retomarem o controle direto das esferas de poder no planalto central. Implementar suas nefastas políticas neoliberais, desagasalhando à classe trabalhadora e os mais humildes, deixando-os alheios à malha de proteção social do estado. Este é o cerne da questão para os setores mais abastados da pirâmide social.
Para as elites econômicas desta nação, o estado só tem uma função- Promover à pujança de seus negócios, lhes concedendo incentivos fiscais e mantendo um sistema tributário que as beneficie com baixa taxação ao seu patrimônio. A velha questão: “Querem estado mínimo para os pobres e estado “gordo” para seus lucrativos empreendimentos”. Uma elite mesquinha e atrasada, que não deixa o país caminhar rumo ao progresso e o desenvolvimentismo estratégico. Acham que o povo deve pagar a fatura mais cara do sistema e não eles, que detêm maior poder econômico.
Todo caos institucional e econômico estabelecido no país, foi orquestrado não só pelos blocos de poder dirigentes nacionais. Mas por influência externa norte-americana. O “Tio Sam”(EUA) obviamente tem profundo interesse geopolítico no Brasil, já que somos uma grande potência mineral no mundo globalizado, e nosso petróleo é motivo de cobiça internacional, vítima da agressiva política dos EUA, que se locupletam com nossa desestabilização político-econômica e fragilidade democrática. Nesse passo, os norte-americanos se aproveitam para saquear nossas riquezas e favorecer seu frenético processo de acumulo de riquezas.
Para felicidade do povo brasileiro, essa gente que só observa lucros e mais dividendos para sua conta bancaria, não tem traquejo popular. Não sabem conduzir um processo eleitoral defendendo com sensibilidade os anseios das camadas populares, e não elencam na sua cartilha administrativa a tão importante agenda social para inclusão do povo no orçamento do Governo Federal.
A extrema-direita perderá as eleições, entretanto, deixará um Brasil dividido pela confrontação odienta que assistimos cotidianamente. Só um novo governo democrático e popular, que utilize à diplomacia institucional republicana, para estabelecer o diálogo com os diversos setores da sociedade é que trará a tão sonhada paz social ao país. Sou um homem de esperanças, aguardemos.
MARCONDES PINTO, é Procurador-Geral do Município de Barra de São Miguel-PB, ex-Presidente da Comissão de Direito Penal da OAB-Caruaru no estado de Pernambuco e militante político naquele município paraibano.