O interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, revelou, nesta sexta-feira (27), um relatório sobre os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023 em Brasília. De acordo com o documento, ficou claro que houve “falha operacional” das forças de segurança durante os ataques de bolsonaristas radicais.
No documento, houve relatos sobre a invasão e depredação das sedes dos três poderes, ajudando em conclusões que podem auxiliar nas investigações. Segundo o relatório, não houve um planejamento operacional de policiamento para evitar e parar os bolsonaristas radicais.
Além disso, a importância dos acampamentos bolsonaristas próximos aos exércitos, em especial o do Distrito Federal, tiveram uma papel fundamental nas ações antidemocráticas. Apesar das tentativas da Polícia Militar em retirar, o exército impediu, não deixando oficiais sequer entrarem.
“Todos os eventos, o evento do dia 12 de dezembro, a tentativa de explosão de bomba e bloqueio do aeroporto. Todos os eventos passam de uma forma ou de outra pelo acampamento. Acampamento criminoso que perturbou a ordem publica do DF”, afirmou Ricardo Cappelli.
“Logo após a posse, há uma redução do acampamento. As investigações vão dizer se foi uma tática. No dia seguinte à posse, há um processo de desmobilização, mas nos dia 6 e 7, ele explode novamente. Em todos esses eventos, esses elementos saíam do acampamento, praticavam atos e depois regressavam para dentro do Setor Militar Urbano”, disse.
Agora, o relatório preparado pelo interventor seguirá para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que está encarregado das investigações sobre os atos golpistas do dia 8. A data inicial de entrega era nesta última quinta-feira (26), mas foi adiada para esta sexta-feira (27), para que mais fatos fossem englobados no relatório.
Com g1 / Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil