Após 24 dias da suspensão das aulas provocada por um ataque a tiros que deixou um morto e outro ferido, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) retoma as aulas nesta segunda-feira (28), em Campina Grande. Ainda em recuperação, o copista Wesley Porto, que sobreviveu ao atentado, também voltou ao trabalho e relembrou os momentos que antecederam o crime.
O crime aconteceu em 3 de abril, dentro de uma copiadora na Central Acadêmica Paulo Freire (CAPF), e assustou a comunidade universitária que estava no local. O atirador, que matou Keine Diniz, de 40 anos, tirou a própria vida após o ataque. A vítima era sócio de Wesley Porto na copiadora.
“Chegou muito tranquilo, a gente tava aqui trabalhando, eu que atendi a pessoa. Chegou normal, como um cliente. Mas foi tudo muito rápido. Chegou, perguntou pelo nome e falou alguma coisa com Kane que eu não tinha entendido. Só vi o semblante de Kane, muito desesperado. Graças a Deus eu estou aqui, mas eu também queria que ele estivesse aqui com a gente”, afirmou Wesley Porto.
O copista afirma que já havia voltado ao local do crime outras vezes, mas o retorno ao trabalho continua sendo difícil para ele.
“Não é fácil, já vim umas duas vezes antes, mas hoje que realmente estamos voltando às aulas, tá muito difícil assim de cair a ficha. Não vai ter aquela alegria no final da tarde, que era quando ele chegava: perturbação, brincadeiras, risadas e, como até meu filho falava: ‘Tio Bombinha, vamos brincar comigo?’”, relembrou Wesley.
Outro copista da instituição de ensino, Epitácio Oliveira, também relembrou que houve muita aflição no momento do crime e que ainda tenta digerir a violência no local.
“A gente tá tentando digerir, né, da melhor forma possível. Não foi fácil, não. Não dá para a gente mensurar a aflição que a gente passou aqui, não. Eu espero que passe mais, nunca mais por uma situação dessa. Mas estamos aí, tentando voltar à normalidade, que não é mais aquela normalidade de antes”, afirmou.
Com G1 Paraíba