O passo a passo de uma brincadeira, registrado em vídeos, vem causando consequências graves entre crianças e adolescentes. A “pegadinha” pode causar traumatismo craniano e hemorragia interna, e, em casos extremos, levar à morte.
As imagens mostram três jovens de pé, lado a lado. A pessoa no meio salta, e é surpreendida pelos que estão nas extremidades, que chutam suas pernas em uma espécie de rasteira, provocando uma queda. No processo, as costas e cabeça atingem o chão com um forte impacto. Em alguns casos, a vítima do ato desmaia, e permanece desacordada até o fim do vídeo.
Em Fortaleza, o Instituto DimiCuida alerta para os riscos de brincadeiras perigosas como esta. A ONG foi criada após a morte uma jovem de 16 anos, que tentou um desafio de asfixia em 2016. “Brincadeiras de mau gosto surgem entre os adolescentes desde sempre, não é algo de agora. O que temos agora é um elemento disseminador da prática, que é a Internet”, explica Fabiana Vasconcelos, psicóloga do Instituto.
Na Internet, segundo ela, existe a proposta de fazer a brincadeira e de copiar comportamentos digitais. Isso faz parte da socialização atual, que se dá tanto no mundo físico quanto no digital.
“Todo ano a gente tem acesso a uma brincadeira desse tipo, que pode levar a um dano de saúde ou até mesmo à morte, com a ideia de que deve ser copiada”, detalha. “Existe essa ideia de estar fazendo o que todo mundo está fazendo. O adolescente não gosta de se diferenciar, de sentir que está de fora”.
Diário do Nordeste