
Na mesma semana em que os deputados federais começam a discutir o relatório de Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) sobre a reforma da Previdência, os bispos paraibanos iniciam uma cruzada contra a retirada de direitos dos trabalhadores. Tanto o arcebispo nomeado para a Arquidiocese da Paraíba, Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, quanto o administrador apostólico, Dom Genival Saraiva, já se posicionaram contra a reforma. Eles seguem a orientação da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que já se manifestou contra as mudanças nas regras da Previdência.
A reforma da Previdência, proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB), tem sido alvo de críticas feitas por várias entidades. A Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal (Anfipe), por exemplo, sustenta que não há déficit nas contas, mas sim uma manipulação dos números reais pelo governo federal para justificar as mudanças. O Executivo mandou para o Congresso Nacional uma proposta que acabou modificada sucessivas vezes para tentar conseguir apoio da base aliada, que se mostra resistente em relação a vários pontos.
Dom Delson, inclusive, divulgou áudio no qual convoca os fiéis para participarem da Greve Geral que está sendo organizada para o dia 28, com a promessa de paralisar o país. A previsão dos governistas é que a reforma da Previdência seja colocada em pauta, na Câmara dos Deputados, no dia seguinte ao Dia do Trabalho, em 2 de maio.
“Convocamos todos os trabalhadores a participarem desta grande manifestação, dizendo a palavra que o povo não aceita a reforma da Previdência nos termos que estão anunciando”, afirmou o arcebispo, que tem posse na Arquidiocese da Paraíba prevista também para maio.
A discussão do relatório do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) sobre a reforma da Previdência começa na terça-feira (25), na comissão especial, com o compromisso de não haver obstrução por parte da oposição. Os deputados oposicionistas preferiram negociar com o governo mais tempo para debater o texto, deixando de usar instrumentos como os requerimentos de adiamento da discussão. Mas eles prometem usar todos os outros instrumentos regimentais, como, por exemplo, a necessidade de presença mínima em plenário nas votações.