Aluno da UFCG cria jogo que valoriza a cultura negra por meio da capoeira

Com o objetivo de contribuir para a disseminação da cultura afro-brasileira nas escolas, de uma forma lúdica e educativa, o aluno do curso de design da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Wagner Porto, de 21 anos, criou um jogo de tabuleiro que aborda o tema da cultura negra e do respeito ao próximo.

O projeto, que recebeu o nome de ‘Paranauê’, é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso de Wagner e está sendo apresentado em instituições de ensino da cidade, discutindo temáticas importantes para compreender questões sociais do Brasil e do mundo.

“A ideia com o jogo é trazer a representatividade negra para as pessoas de uma forma intuitiva, lúdica e com um tema tão importante para o nosso país, a Capoeira, que é uma manifestação cultural do Brasil e patrimônio nosso. O objetivo é valorizar a cultura afro-brasileira, com personagens negros masculinos e femininos, pouco presentes em jogos de tabuleiro. Todos deveríamos conhecer ao menos um pouco sobre o que ela [a Capoeira] representa, os valores educacionais, seu contexto histórico, sua musicalidade, as modificações causadas em quem a pratica”, explicou Wagner.

O jogo é voltado para alunos do Ensino Fundamental II, de modo que Wagner está apresentando o projeto para escolas da rede pública e privada da cidade, tendo em vista as leis nº 10.639 e 11.645, que obrigam as escolas do país a abordarem questões referentes à história da África e cultura afro-brasileira e indígena.

Nessa terça-feira (4), o projeto foi apresentado à Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Lilosa Barreto, no bairro do Monte Castelo, em Campina Grande, ocasião em que os alunos puderam brincar e aprender ao mesmo tempo, a partir da iniciativa.

Diante da receptividade do projeto, Wagner contou que pretende ampliar a divulgação do jogo para outros espaços, como rodas de capoeira, academias e até mesmo para os lares das pessoas de vários locais. No momento, o jogo está na fase de inscrição em concurso e apresentação a fornecedores para inclusão no mercado.

Entenda como funciona o jogo

  • “Paranauê” se passa no final do século XVIII, quando a Capoeira foi perseguida no Brasil. Cada jogador assume a identidade de um mestre que precisa montar a sua própria roda de capoeira. Para isso, é preciso pegar uma carta-objetivo, que indicará todos os componentes que faltam para a sua equipe ser plenamente formada;
  • Os integrantes são divididos nas graduações principais da Capoeira (aprendiz, graduado, instrutor, contra-mestre e mestre). Através de cartas, os jogadores são apresentados a vestimentas típicas, instrumentos musicais (como diversos tipos de berimbau, reco-reco, agogô, pandeiro, atabaque e outros), golpes, além de materiais relacionados à arte, de forma intuitiva e lúdica;
  • Os valores educacionais da Capoeira são divididos em três cartas: disciplina, companheirismo e respeito;
  • O objetivo é alcançar a meta estipulada na carta inicial, conseguindo as demais cartas necessárias. Tudo isso acontece por meio de duelos, regidos por lançamentos de dados;
  • Durante a partida, os jogadores são levados a pensarem os valores da Capoeira, aplicá-los e entender melhor a história de uma das mais tradicionais manifestações culturais no país.

Com G1

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