Em depoimento policial afirma que sacou arma após agressão de repórter

O policial civil que sacou uma arma durante uma briga com um repórter em João Pessoa disse, em depoimento, que só o fez porque foi agredido pelo jornalista. A informação é da delegada seccional da Zona Norte de João Pessoa, Emília Ferraz, que ouviu o policial nesta quinta-feira (26).

José Alves da Silva, de 66 anos, afirmou à delegada que tinha ido ao prédio do Ministério Público da Paraíba a trabalho, na quarta-feira (25), para deixar uma documentação no local. Devido a uma cobertura jornalística, havia muitas pessoas e carros na frente do prédio, dificultando a passagem pela porta principal.

Por isso, ele tentou passar por um espaço entre dois carros, onde estava o repórter Albemar Santos, ao telefone. Segundo o vigilante do MPPB, que também foi ouvido pela delegada nesta quinta-feira, o policial pediu licença mais de uma vez, mas não foi atendido. Por isso, tentou mostrar a documentação para mostrar que estava em exercício e tentou afastar o repórter.

“Foi quando o repórter se virou e teria empurrado ele. Então o empurrão foi retrucado. Segundo o policial e a testemunha, o repórter teria tentado agredir o policial com um soco seguido de outro. Essas agressões não teriam se consumado tão somente em razão do policial ter conseguido se desvencilhar”, explicou Emília Ferraz.

O policial informou à delegada que puxou a arma para tentar se defender, diante da suposta agressão. “Ele alega que, em nenhum momento, apontou a arma em direção ao repórter. A intenção era dar voz de prisão ao repórter, diante do desacato, do desrespeito, da ilegítima agressão”, informou.

O vigilante confirmou a versão do policial e disse que acredita que a primeira agressão partiu do repórter, sendo a conduta do policial defensiva. A delegada informou que também vai intimar o repórter Albemar Santos para prestar esclarecimentos sobre o caso.

Inicialmente, ninguém foi autuado. A Polícia Civil vai requisitar imagens feitas por cinegrafistas no local e também as filmagens das câmeras de segurança do Ministério Público. “Não há elementos suficientes para concluir a investigação, nem contestar a culpa do policial, nem a conduta do repórter”, pontuou a delegada.

O policial civil envolvido na confusão trabalha na 1ª Delegacia Distrital de João Pessoa e informou que está à disposição da Polícia Judiciária para prestar esclarecimentos, segundo a delegada.

O delegado-geral da Polícia Civil da Paraíba, João Alves de Albuquerque, afirmou que solicitou que a Corregedoria da Polícia Civil instaure o procedimento administrativo disciplinar e adote as providências que couberem para o caso.

Em nota, ele disse reprovar a atitude do policial civil José Alves da Silva e já determinou a instauração de inquérito policial para apurar o ocorrido e adotar as providências cabíveis no âmbito criminal.

Com G1PB

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